Mama Quilla Art

Manifesto

Eu sou Mama Quilla, uma artista nascida no coração da Amazônia, um território onde a arte se mistura com a natureza e a resistência. Minha obra é um grito da floresta e um canto das águas, onde cada cor, cada traço e cada forma são construídos a partir de raízes profundas na terra que me viu crescer. A minha arte não é apenas uma forma de expressão; ela é a resistência contra a invisibilidade da nossa cultura, a força contra a destruição do nosso habitat, a luta pelo reconhecimento das vozes e histórias dos povos indígenas e amazônicos. No meu trabalho, os núcleos da floresta ganham vida, e as figuras que povoam nossas mitologias tomam a forma de um reflexo da realidade que atravessamos. A arte como espelho da Amazônia A Amazônia não é apenas uma geografia, é um símbolo. E é neste território, onde a vida pulsa em todas as suas formas, que encontrei a minha missão. Cada obra que crio carrega em si uma mensagem de preservação e celebra de nossa ancestralidade. A pintura, a escultura e as performances que se desenvolvem são homenagens aos seres que habitam a floresta, tanto os visíveis quanto os invisíveis, que resistem ao tempo e às adversidades. A luta por visibilidade e igualdade A arte que faço é, também, uma forma de contestação. Cada obra que leva o nome "Mama Quilla" ao público é uma afirmação de que a cultura amazônica e indígena deve ser ouvida. Meu trabalho é contra a ideia de que a arte da periferia, da floresta, ou das margens, tem menos valor. Pelo contrário, é uma arte cheia de saberes, vivências e perspectivas únicas. Às margens: onde o futuro é feito Estou à margem, sim. Mas não como consequência de exclusão, mas como um símbolo de resistência, de quem constrói o futuro sem perder a essência. E é na margem que as grandes transformações acontecem. É nas bordas da sociedade, nas margens do sistema, onde os povos indígenas, as mulheres, os jovens e os artistas como eu, têm o poder de reescrever as narrativas. A minha arte é um convite para que todos possamos repensar nosso lugar no mundo, a partir do olhar profundo da Amazônia. A Amazônia é a arte que faço e a arte que sou A minha arte não é um reflexo passivo da natureza; ela é a própria natureza. Cada cor carrega o tom das matas, cada linha o contorno das nossas montanhas, e cada gesto, o movimento das águas. O que vejo e o que sinto ao meu redor se transforma em formas de conversar com todos os povos, em todos os lugares. Convido todos a se juntarem a mim nesta jornada, a reimaginar o que significa ser amazônico, ser indígena, ser artista. A minha arte é o meu legado, mas ela também é o futuro que criamos, onde a Amazônia se torna, finalmente, o centro da conversa global sobre arte, cultura e resistência. Juntos, às margens, começamos a revolução. Isabela Mama Quilla